Como a maioria dos homens ainda se assusta com a ideia de “cuidados de beleza” para si próprios, pois os vinculam historicamente às mulheres.
Então, as marcas estão adotando uma ênfase focada na saúde e no bem-estar pessoal como a melhor abordagem quando se refere a produtos de beleza e cosméticos para esses machos teimosos.
Hoje em dia, os homens já não são os únicos chefes de família na família e os papéis de gênero estão começando a misturar-se, deixando assim uma convergência de ideias masculinas e femininas na indústria.
As mulheres costumam seguir o caminho mais holístico quando falam sobre cosméticos; referenciando seu ritual de beleza como um investimento de longo prazo em seu futuro.
Os homens, por outro lado, têm mais senso de imediatismo e precisam sentir como se seus produtos tivessem efeitos instantâneos sobre eles.
No entanto, à medida que os homens são cada vez mais expostos a figuras femininas poderosas, já não associam rituais de beleza e cosméticos à feminilidade. Mas este é um processo progressivo e lento.
Homens: Autoestima, sucesso e confiança
À primeira vista, a ideia de maquiagem e produtos de beleza para homens parecem-nos ridícula.
No entanto, os produtos de higiene masculina estão entre os segmentos da indústria da beleza que mais crescem.
De acordo com estudos recentes focados no crescimento dos cuidados com a pele e cosméticos masculinos no mercado, cada vez mais os homens estão dispostos a gastar grandes quantias de dinheiro em cuidados com o corpo.
Novos estudos mostraram até que os homens mais jovens introduzem rituais de cuidados com a pele às gerações mais velhas.
Ao pensar na beleza feminina, muitas vezes acreditamos na ideia de que a mãe transmite seus rituais de beleza à filha, quase como um rito de passagem.
Os homens, por outro lado, muitas vezes interrompem esse ritual ao fazer a barba; no entanto, centenas de jovens estão agora educando seus pais sobre os cuidados com o corpo e respondendo às suas preocupações com os cuidados com a pele.
Como resultado, a aparência masculina não se refere mais apenas a cremes de barbear, loções pós-barba e lâminas de barbear.
Vários tratamentos de pele populares tornaram-se populares entre os homens: hidratantes, cremes antienvelhecimento, produtos de limpeza facial, géis para os olhos e até corretivos para a pele
Chegou a vez da maquiagem para homens?
Grandes nomes como Tom Ford, Chanel e Marc Jacobs já têm suas linhas masculinas.
A expressão pode ainda ser estranha, mas é um negócio real (como negócio mesmo): Tom Ford, Marc Jacobs e outras marcas já lançaram linhas com produtos masculinos, e a ideia aparece mais e mais nas passarelas e na televisão.
Se já aceitamos cremes mil para cuidar da pele, porque não um pouco de corretivo?
Existe espaço para as maquiagens masculinas no mercado?
Claro que sim. Agora, calma.
Estamos falando dessa primeira oferta de produtos, que não inclui nada parecido com batons, sombras, delineadores ou nada assim.
São produtos feitos especialmente para não serem notados – base, creme, pó bronzeador, tudo empacotado em caixas que parecem de charrutos, embora, em essência, alguns sejam idênticos aos produtos femininos.
Claro que o preconceito e a resistência são grandes.
Fomos ensinados a vida toda que maquiagem é coisa de mulher. Ou pouco masculino.
Mas veja o maior mercado para maquiagens de homem do mundo: a Coreia do Sul.
O país é bem mais patriarcal que o Brasil ou os Estados Unidos, só que os sul-coreanos entenderam que maquiagem pode ser uma vantagem, na carreira e nos relacionamentos, assim como outros cuidados que são largamente aceitos.
A ideia não é nada nova
Antes do século 19, os homens da aristocracia europeia passavam pó e rouge, e embora a maquiagem masculina tenha depois disso caído em desuso, há algumas décadas ela já vem sendo recuperada.
David Bowie (óbvio) e Prince (óbvio, de novo) usavam e Kurt Cobain também (delineador, inclusive), por exemplo.
É menos provável que essa tendência de maquiagem óbvia chegue ao cotidiano, ela é mais underground, artística.
Já os produtos mais discretos devem ser o próximo passo lógico no crescimento do mercado de grooming masculino.
Cautela, em qualquer um dos casos, é altamente recomendada.
Como disse James Anderson, editor da revista de moda i-D, recentemente: “Às vezes funciona, às vezes fica horrível, mas vaidade masculina não é mais considerada vergonhosa”.
